sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Ângelus do Papa: Batismo do Senhor - Ano A

Festa do Batismo do Senhor
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 08 de janeiro de 2017

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Festa do Batismo de Jesus, o Evangelho apresenta-nos a cena ocorrida na margem do rio Jordão (Mt 3,13-17): no meio da multidão penitente que caminha rumo a João Batista para receber o batismo, encontra-se também Jesus. Estava na fila. João gostaria de impedi-lo, dizendo: «Eu devo ser batizado por ti!» (v. 14). Com efeito, João Batista está consciente da grande distância que existe entre ele e Jesus. Mas Jesus veio exatamente para preencher a lacuna entre o homem e Deus: se Ele está inteiramente da parte de Deus, está também totalmente da parte do homem, reunindo o que estava dividido. É por isso que pede a João que o batize, a fim de que se cumpra toda a justiça (v. 15), ou seja, que se realize o desígnio do Pai que passa através do caminho da obediência e da solidariedade para com o homem frágil e pecador, da vereda da humildade e da plena proximidade de Deus aos seus filhos. Porque Deus está muito próximo de nós, muito!

No momento em que Jesus, batizado por João, sai das águas do rio Jordão, a voz de Deus Pai faz-se ouvir do alto: «Eis o meu Filho muito amado, em quem depositei a minha complacência» (v. 17). E ao mesmo tempo o Espírito Santo, em forma de pomba, pousa sobre Jesus, que dá publicamente início à sua missão de salvação; missão caracterizada por um estilo, o estilo do servo humilde e manso, munido unicamente da força da verdade, como Isaías tinha profetizado: «Ele não gritará, nunca elevará a sua voz... Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião» (Is 42,2-3). Servo humilde e manso.

Eis o estilo de Jesus, e também o estilo missionário dos discípulos de Cristo: anunciar o Evangelho com mansidão e firmeza, sem gritar, sem repreender ninguém, mas com mansidão e firmeza, sem arrogância nem imposição. A verdadeira missão nunca é proselitismo mas atração a Cristo. Mas como? Como se faz esta atração a Cristo? Com o próprio testemunho, a partir da vigorosa união com Ele na oração, na adoração e na caridade concreta, que é serviço a Jesus presente no mais pequenino dos irmãos. À imitação de Jesus, Pastor bom e misericordioso, e animados pela sua graça, somos chamados a fazer da nossa vida um testemunho jubiloso que ilumina o caminho, que anuncia esperança e amor.

Esta festa leva-nos a redescobrir o dom e a beleza de ser um povo de batizados, isto é de pecadores - todos o somos - de pecadores salvos pela graça de Cristo, inseridos realmente, por obra do Espírito Santo, na relação filial de Jesus com o Pai, acolhidos no seio da Mãe Igreja e tornados capazes de uma fraternidade que não conhece confins nem barreiras.

A Virgem Maria ajude todos nós, cristãos, a conservar uma consciência sempre viva e reconhecida pelo nosso Batismo, e a percorrer com fidelidade o caminho inaugurado por este Sacramento do nosso renascimento. E sempre com humildade, mansidão e firmeza.


Fonte: Santa Sé.

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