quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O manípulo

O manípulo (do latim mappula, lenço) é uma pequena faixa de tecido na cor litúrgica utilizado pelos ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos) no braço esquerdo durante a Celebração Eucarística.


Embora tenha caído em desuso, o manípulo não foi abolido pela reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, como a maioria dos católicos pensa. Afirma a Instrução Tres abhinc annos para a Aplicação da Constituição Sacrosanctum Concilium, publicada em 04 de Maio de 1967:

“Pode-se suprimir sempre o manípulo” (Tres abhinc annos, n. 25)

Nota-se aqui claramente que o texto não estabelece uma normativa, mas sim abre uma possibilidade. Se o texto da instrução fosse “Suprima-se o uso do manípulo” se entenderia imediatamente que este paramento não poderia mais ser utilizado. Porém, como o texto utiliza a palavra “pode-se”, seu uso fica facultativo para a Forma Ordinária do Rito Romano.
 
Dom Keller com manípulo na Forma Ordinária (Natal de 2012)
Ainda que o manípulo não seja mais mencionado no Missal Romano, seu uso não é um acréscimo à Liturgia, o que é proibido pelo cânon 846, §1 do Código de Direito Canônico. Pelo contrário, usar o manípulo é preservar um venerável costume, não acrescentar algo estranho à Liturgia, como infelizmente fazem hoje tantas comunidades.

O sentido do manípulo remonta ao costume romano de usar um lenço no braço esquerdo para enxugar o suor do rosto. A partir deste lenço, adotou-se o manípulo na Liturgia como símbolo das fadigas do ministério sacerdotal. Porém, ao mesmo tempo em que é sinal das dores, é sinal das alegrias que advêm da vivência do sacerdócio.

Cardeal Brandmüller com manípulo na Forma Extraordinária (2013)

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